quinta-feira, 24 de maio de 2012

Alma em piano


São gritos mudos que se expressam através da palavra.
É um desejo de compreensão de algo incompreensível.
É a busca do infinito num mundo finito.
É uma vontade de tudo que se manifesta em nada.
É a dor com que através da arte divina brindo a morte.
É a literatura…
É a minha vida.
Onde tudo está na ordem da morte.
Na forma mais rudimentar e primária.
Na linguagem mais simples e semelhante onde toda a
simplicidade gira sobre o abstrato.
É simples e, para compreender isso basta ser cego perante a
inutilidade.
Basta ser mudo para ler de olhos fechados.
Surdo, para ler com o coração.
E Humano para sentir.
Tudo isto é arte. A sua expressão máxima culmina na
literatura.
Ela é a voz do sentimento e para quem a deseja ouvir basta
sonhar.
No entanto, tudo tem limites.
A paciência tem limites…
O amor tem limites…
Até a vida tem limites!
E os limites da minha vida não são mais do que os limites
da folha onde escrevo e, sei que por mais sonhos que tenha
nunca irei sair das margens.
Nunca irei ser grande…
Irei sempre esperar pelo amanhã.
Irei sempre esperar pela morte.
Porém, enquanto ela não chega, preencho linhas…
Linhas no tempo e linhas no espaço.
Mas sempre, linhas nas linhas da minha vida.

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