O blasé da minha vida é permanecer aqui, sem válvulas de escape, sem companhia, sem ninguém..
E eu não sei onde estive, eu não sei no que estou me metendo, eu não sei o que eu fiz comigo. E enquanto eu assisto você desaparecer no chão, meu único erro foi eu nunca ter te deixado pra baixo. Então vou perder meu tempo, e vou queimar minha mente.
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Palavras
Teu lugar é em mim.
Eu digo, baixinho,
para que não ouças.
Para que não saibas.
Ando. Durmo. Falo. Sigo.
Quero o desatino.
Preciso da descompostura.
Em alerta, espero a desesperança.
Leio palavras alheias
e todas elas são teu nome.
Em maiúsculo, o vazio.
De novo, tua voz fez casa no meu corpo.
Mas não chega, nunca chega.
Como chegar a essa cama sem palavra nenhuma que me vista?
Doce Orgulho
Quando se é feliz muito novo, a única obsessão que se tem é aguentar a coisa. Vive-se ansiosamente com a desconfiança, quase certeza da coisa piorar. O pior é que as pessoas que se habituaram a serem felizes não sabem sofrer. Sofrem o triplo de quem já sofreu. É injusto mas é assim. No amor é igual. Vive-se à espera dele e, quando finalmente se alcança, vive-se com medo de perdê-lo. E depois de perdê-lo, já não há mais nada para esperar. Continuar é como morrer. As pessoas haviam de encontrar o grande amor das suas vidas só quando fossem velhas. É sempre melhor viver antes da felicidade do que depois dela.
Fatal explosão
O mundo gira, e eu aqui.
Tudo acaba, e permaneço aqui.
Louco é aquele que acredita que tudo melhoraria se tivesse uma terceira vez.
Tudo acaba, e permaneço aqui.
Louco é aquele que acredita que tudo melhoraria se tivesse uma terceira vez.
quarta-feira, 13 de junho de 2012
A bela Junie
"A virgem, vivida e bela hoje vai rasgar para nós com suas asas ébrias este duro esquecido lago que assombra sob o gelo. Um velho cisne lembra-se que é ele belo porém sem esperança de se libertar por não ter o cortejo da terra, no radiante tédio da esterilidade do inverno todo o seu pescoço vai se sacudir com sua agonia alva por espaço imposto à teimosa ave, cujas penas são pegas nessa lama imunda. Um fantasma, uma brancura ardente que continua fria, sonho insolente, quão fútil é o exílio para o cisne."
- La Belle Personne
- La Belle Personne
terça-feira, 12 de junho de 2012
Sombra
Sabe quando você sente como se estivesse morta? Já não sabe mais diferenciar a realidade do pesadelo? Você grita mas ninguém te ouve, você sangra, mas ninguém vê... Você enxerga o mundo do lado de fora, não se sente parte disso (aliás, não se sente parte de nada) O mundo se tornou uma miragem, você se sente distante, em outro plano até. Você se tornou um cadáver ambulante. Você vive num êxtase eterno envolvido em dor que não consegue se livrar por que isso está em você! Você acompanha seu corpo apodrecendo aos poucos sem poder fazer nada! Você está presa dentro de si, não consegue nem viver nem morrer, está suspensa num purgatório maldito até o dia da sentença final, o dia em que se sentirá realmente livre...
domingo, 10 de junho de 2012
Quantas calorias tem uma palavra?
Olha só a ironia: fui buscar o amor e já tinha.
Fui tentar ser feliz e já era.
Fui tentar me encontrar e me perdi.
E, que loucura, precisei me perder pra me valorizar.
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Fantasmas
Eu havia começado a bancar o fantasma outra vez.
Ali estava eu. Invisível. Nula.
Prometi que seria a última vez.
Atravessei a rua.
Sempre era a última vez. Nunca era a última vez.
As pessoas me viam. Era visível, mas intangível. Talvez.
Resolvi comer. A sobra em minha calça era bem tangivel.
Eu não era leve como um fantasma.
Quis atravessar a rua. Um carro freou.
Se continuasse agindo assim, logo seria um fantasma.
Pisei na calçada.
Talvez eu não quisesse mais ser pessoa.
Voltei pra rua.
Fantasmas...
Ali estava eu. Invisível. Nula.
Prometi que seria a última vez.
Atravessei a rua.
Sempre era a última vez. Nunca era a última vez.
As pessoas me viam. Era visível, mas intangível. Talvez.
Resolvi comer. A sobra em minha calça era bem tangivel.
Eu não era leve como um fantasma.
Quis atravessar a rua. Um carro freou.
Se continuasse agindo assim, logo seria um fantasma.
Pisei na calçada.
Talvez eu não quisesse mais ser pessoa.
Voltei pra rua.
Fantasmas...
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Remanescente
Muitas vezes tudo o que eu mais queria é sumir, deixar pra traz todos os meus problemas, deixar você pra traz, mas não adiantaria, meu coração vai permanecer comigo e junto com ele a minha dor.
domingo, 3 de junho de 2012
O tempo
"Eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente te visse tão livre, tão forte e tão indiferente, eu achei que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria. Não passa nunca, mas quase passa todos os dias.
Chorar deixou de ser uma necessidade e virou apenas uma iminência. Sofrer deixou de ser algo maior do que eu e passou a ser um pontinho ali, no mesmo lugar, incomodando a cada segundo, me lembrando o tempo todo que aquele pontinho é um resto, um quase não pontinho. Você, que já foi tudo e mais um pouco, é agora um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranqüila em nada, feliz em nada."
Engraçado quando alguém escreve o que a gente sente, parece que as letras saíram das nossas mãos...
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