quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Eu assinei meu nome embaixo de cada texto pra você e, eu sei bem, que as palavras são errôneas e excessivamente cruéis. Estou partindo para um reino distante, com o choro entalado na goela e uma vontade de voltar e abraçar-lhe até o sufoco vir à tona e a gente se compreender novamente. Eu rezo baixinho pra que você entenda as minhas metáforas e o meu mal uso do discurso, porque eu sei que no fim ninguém abre os olhos e procura a lasca, a dor, a culpa e todo desejo de gritar que ainda dói. Eu guardo teu nome no meu peito onde pessoa alguma pode tocar, e sonho - com a esperança mutilada - que um dia nós ainda seremos um só. Lá no meu profundo, no âmago aonde não chegaram, na poesia que criei e que não notaram. Os meus abraços são poesia constantes e o meu adeus embargado na fala é o sinal de quem precisa ser descoberto, como se faltasse as camadas de proteção. Você me gritou um dia que seríamos grandes amigos pra agora dizer que eu devo mesmo ir. E eu estou indo. Para o longe, para o intragável, para o incompreensível. O céu é o limite de outro céu e a minha morte já aconteceu faz tempo. “Mas eu te amo, eu digo pra mim, "eu te amo como se ama um passarinho morto".

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