quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

"Você disse que não saberia o que fazer caso eu fosse embora, disse que os céus se tornariam negros e que nada teria graça sem meu riso, mas você não entende. Você nunca sentiu medo. Você nunca soube o que é segurar o corpo com as mãos e o mundo com as costas."

Fôlego

Eu não sei como posso começar isso, aliás, eu não sei de mais nada..
só preciso desabafar, senão cairei aos pedaços.
Preciso dormir, preciso de um afago
de algo além de sexo.
Preciso de tanta coisa que me sinto tomada pelo querer.. preciso de nada.
A garota estúpida vai chorar de novo, eu sinto isso, eu sinto isso, eu sinto isso.. a garota estúpida.
A GAROTA ESTÚPIDA!
A que só traz desgosto, problemas e conflitos.

A que nunca quer nada com nada, que prefere se calar para não haver mais problemas, mais e mais problemas, problemas, problemas.. 
Dai você escreve freneticamente qualquer coisa só para seus dedos não doerem, só para você se concentrar na dor deles, escreve rápido e por um momento você esquece da dor do corpo, da dor da alma, de tudo.
Esquece dos remédios, das chatices, dos rótulos... ninguém pode te magoar enquanto você escrever, então escreva, thailla.. escreva. Não pare até que você morra, não pare nunca.. nunca mais, doa o que doer.
Não coce a cabeça, não tussa, não acenda outro cigarro para procurar inspiração, apenas escreva, escreva mais, mais, mais, mais, mais, muito mais que isso, você pode muito mais que isso. Escreva até não aguentar e cair no chão sem fôlego, precisando descansar por falar tanto em palavras sem precisar abrir sequer a boca. Escreva mais um pouco. Não se preocupe com os erros ortográficos, eles logo passarão, continue, escreva mais, mais, deixe doer a mão, os dedos, o osso da tendinite, deixe doer tudo.. que a dor física seja maior. Diga o quanto se sente mal por estar aqui ainda, por não conseguir pular daquela varanda, diga que precisa de mais um CGE, um CGE forte, bem dado, daqueles que demora a estancar.
CGE, CGE, CGE, CGE, CGE. Eu não posso. Eu não devo. Nada disso importa mais. Desejo sumir por nenhum motivo, nenhuma razão, apenas por sumir, então escreva até que você não possa mais dizer o quanto isso é ruim, o quão fundo você cavou seu próprio poço.. Você voltou ao que era, está satisfeita agora? Não? Então escreva.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Adeus

Eu não sou do tipo que escreve algo antes de fazer alguma merda, isso é estúpido e infantil demais... mas eu sou isso, sou uma estúpida. Sou o alvo das críticas, das tristezas e preocupações dos outros, e eu não quero isso, eu quero me libertar.
Pra onde eu vou, vai ser melhor pra mim, eu vou descansar, eu vou sorrir de verdade, eu não sei se dá pra beber e fumar lá, mas eu dou meu jeitinho, rs...
Eu só queria te dizer pra não desabar a moldura, meu amor, nunca.. siga em frente, isso será só uma fase.
Como uma vez você me disse: "Seja dramático e morra logo".
Esse talvez seja o fim, ou não, talvez eu volte aqui e leia esta merda e comece a rir disso tudo, toda quebrada.
Eu realmente não sei se 2º andar faz tanto estrago assim, talvez eu caia, levante, suba as escadas com dor e volte pra casa pra dormir de novo. Eu te liguei, eu quis falar com você pela última vez, mas você não estava.. deve ter ido comprar cigarros.
E você, ruivinho nerd, você passou por mim e me fez entender tanta coisa; a vida não é realmente nada, até que você coloque um bucado de sentimento e umas pessoas legais nela.
Foi bom enquanto durou.

Às cinzas

Todo dia, toda hora
você me vem com uma nova história
te amo, também te amo... meu amor
e as conversas se calam por agora
e a gente diz que ta bem, meu bem, meu bem
a gente diz que um dia ainda vai ficar bem
meu bem, eu também

Se alguém me pára na rua
e pergunta se eu to legal,
eu viro e digo meu amor,
to melhor do que no inferno astral

E a gente finge tão bem, tão bem, tão bem,
e a gente diz que ta bem, meu bem, mas meu bem

Os casais passados das novelas
nunca vão ser como nós, como nós
nós somos um outro tipo de praga, tão rara
trocando carícias nos lençóis,
que voz, que voz...
na cama, sala, mesa,
em tudo meu bem, também, tudo bem

E noutro dia qualquer, meu bem
qual é o teu plano?
te vejo mais tarde, uma dose, de novo.


E eu aqui sozinha, acabada
e você nem ai, nem ai..
ta com pressa pras outras mil pretendentes, que te acendem, te fingem orgasmos;
enquanto eu só sirvo pra acender o cigarro, tragar um bucado e dizer mil palavras sem rancor, meu amor, meu amor.

E a gente finge tão bem, meu bem, também
e a gente finge tão bem que tudo é normal, que tudo.. tudo agora é igual.



terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A varanda da minha casa

Da minha varanda eu vejo tudo aquilo que passa, que se desfaz e se remonta a cada passo que um desconhecido do outro lado da rua dá. Eu consigo sentir a vibração de seus pés e as marteladas da obra do vizinho. Já passou das 4 e eu ainda estou viva, eu não sirvo nem pra isso. Eu queria, eu queria muito acabar com tudo isso, todo esse rancor, amargura de meus familiares dizendo que eu nunca crescerei na vida, que nunca poderei evoluir, que sempre serei isso, esse bichinho de pé que não pode seguir em frente sem precisar do empurrão deles. Eu tenho 2 queimaduras de cigarro no punho, uns rabiscos no outro, eu tenho as unhas pintadas e frescas de uma garota de 19 anos, eu tenho mais peso do que eu deveria ter, muito mais, eu tenho uma xícara de café frio do meu lado esquerdo esperando para ser terminada, tenho uma marca roxa no olho e 3 nos braços, lanhadas nas pernas de cintadas dadas num sexo legal. Eu to aqui nessa varanda, quase me debruçando e tentando fazer mais uma merda mal sucedida, eu to tentando deixar apenas o vento bater nos meus pés suados, eu to tentando terminar o cigarro e logo em seguida eu acabo com tudo isso, dou uma de egoísta e deixo todos pra trás. E enquanto eu to aqui sentada nesse mármore frio que refresca a minha bunda, eu to esperando um último empurrão.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Eu assinei meu nome embaixo de cada texto pra você e, eu sei bem, que as palavras são errôneas e excessivamente cruéis. Estou partindo para um reino distante, com o choro entalado na goela e uma vontade de voltar e abraçar-lhe até o sufoco vir à tona e a gente se compreender novamente. Eu rezo baixinho pra que você entenda as minhas metáforas e o meu mal uso do discurso, porque eu sei que no fim ninguém abre os olhos e procura a lasca, a dor, a culpa e todo desejo de gritar que ainda dói. Eu guardo teu nome no meu peito onde pessoa alguma pode tocar, e sonho - com a esperança mutilada - que um dia nós ainda seremos um só. Lá no meu profundo, no âmago aonde não chegaram, na poesia que criei e que não notaram. Os meus abraços são poesia constantes e o meu adeus embargado na fala é o sinal de quem precisa ser descoberto, como se faltasse as camadas de proteção. Você me gritou um dia que seríamos grandes amigos pra agora dizer que eu devo mesmo ir. E eu estou indo. Para o longe, para o intragável, para o incompreensível. O céu é o limite de outro céu e a minha morte já aconteceu faz tempo. “Mas eu te amo, eu digo pra mim, "eu te amo como se ama um passarinho morto".

domingo, 3 de fevereiro de 2013

A fossa da rima

As nuvens no céu tão azuis
seus olhos nos meus, minha cruz
estou pregada a ser somente sua


E um beijo marcado em meu véu
é mais um beijo marcado ao léu
eu não pude dizer adeus, amor


E agora o que faço de mim?
sem você eu só vivo assim
chorando pelos cantos a toa


Mas se você retornar num instante
estarei novamente ofegante
pra te dizer que aceito, sim.. meu amor


E agora o que faço disso
não sei se é riso ou compromisso
me dá as mãos e depois, indeciso
vira as costas do meu paraíso


E eu não sei o que faço disso
é que eu não sei ser tão submisso
como um tormento, uma fala, um aviso
retorne logo ao meu paraíso