Queria poder continuar a vê-lo, mas sem precisar tão violentamente dele.
Ela, ao se sentir protegida por ele, passara a ter receio de perder a proteção - embora ela mesma não soubesse ao certo que idéia fazia de "ser protegida": teria, por acaso, o desejo infantil de ter tudo, mas sem a ansiedade de dever dar algo em troca? Proteção seria presença?
Era como se ele quisesse que ela aprendesse a andar com as próprias pernas e só então, preparada para a liberdade (...) ela fosse dele.
Clarice Lispector in "Uma aprendizagem" ou "O livro dos prazeres"
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