quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Obsoleto

Já passava das onze e ela teria que esquecer aquilo uma hora ou outra. Justamente hoje, o maior caos havia cravado sua vida: a solidão. A tormenta nada mais é do que ter chuvas infindáveis na passagem de sua alma na Terra. Fim.
Nada era digno de certo ou errado, os travesseiros já não tinham o mesmo aroma, a mesma tonalidade, tudo ali era vago, e ela ainda penteava o cabelo, sorrindo para si mesma, no espelho de moldura quebrada. É claro que o descanso era inevitável, ele se vai e você tem que aguentar os trancos enquanto pode, mas você não quer, não deseja isso. Até a fechadura estava sentindo falta daquela entrada sutil, não era como a amargura da chegada dela, soava mais como uma perda insignificante, porém válida. Fim.

Então ela resolve ir dormir, o peso de suas pálpebras era enorme, em um cubículo frio, amargo como um café mal adoçado, o quarto demonstrava tudo aquilo que você jamais irá querer ver. Fim.
Infelizmente, as pessoas se apegam ao material, ao fingido. Depois de sonhar, ela já teria companhia: o monstro do lado de ilusões; ainda podia ouvir seus passos. Quando acordou, o dinossauro estava lá. 
Tudo acaba, para mim.. nunca.

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