segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A Fossa

Quando você experimenta a fossa uma vez, você já sabe quando um filho da puta vem e tenta te colocar lá de novo. Isso se chama esperteza.


domingo, 26 de fevereiro de 2012

Boa noite, vida

"Sentia vontade de chorar, mas não saía lágrima alguma. Era só uma espécie de tristeza, de náusea, uma mistura de uma com a outra, não existe nada pior. Acho que você sabe o que quero dizer, todo mundo volta e meia passa por isso, só que comigo é muito frequente, acontece demais."  

Clavículas

Certa vez me perguntaram o que eu mais gostava em mim
Eu demorei para dizer, olhei no retrovisor do carro 
Pensei em dizer meus olhos, confesso, mas olhos tornaram-se tão clichê
e então, eu desisti de ser sincera comigo mesma.
Pensei em dizer meu sorriso, mas hoje os cigarros já o tornaram amarelado
e então, eu desisti de ser sincera comigo mesma.
Pensei em dizer meu cabelo balançando junto ao vento, mas hoje ele está seco, caindo
e então, eu desisti de ser sincera comigo mesma.
Pensei nas saboneteiras, e por fim eu gostei do que via
e então, eu desisti de ser sincera comigo mesma e passei a mentir para tentar gostar de mim.


Eu quero que isso acabe logo..

Por favor, eu suplico..

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Precipitar-se diante de algo

E quando olhei no espelho
não tive medo, angústia
tristeza ou susto..
Foi como se um sentimento me dominasse
um nojo, um vazio
raiva, insensatez..
Foi pena.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Por que tudo teve que ser assim?
Essa é a face que você desiste, pretende, anseia em ver.. a sua face oculta, você.
O babaca de sempre, o cansaço te dominando, o nada
Uma vez que tudo é esgotado, você fica sendo uma fração do incomum, do anormal
e depois disso ninguém mais te olha da mesma forma..
VOCÊ ME ASSUSTA! - foi o que ele disse.

Tudo, em letras grandes, consertando você..

When you get what you want, but not what you need..
When you feel so tired, but you can't sleep,
Stuck in reverse.

...

Você conhece aquela história que, se colocar um sapo numa panela com água fria no fogo, quando perceber que a água está fervendo já será tarde demais e morre?


Portanto, não chegue tarde demais.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O Tédio, de Heinrich Heine

- Eu venho aqui, doutor, fazer-vos uma consulta.
A doença que me punge e esteriliza a mocidade e o espírito,
resulta de uma chaga que nunca cicatriza.
Muito embora comum a toda gente, a dor que sofro,
- atroz hipocondria! - tanto me torna pensativo e doente
que já não sei mais o que é paz nem alegria.


Sendo o mais sábio clínico do mundo,
sois também um filósofo notável.
Do peito humano auscultador profundo,
curareis este mal imensurável,
que me esmaga o organismo fibra a fibra,
que me corroí o cérebro e o condensa. 


Eu tenho um coração que já não vibra,
suporto uma cabeça que não pensa.
E este tédio mortal, tédio agoureiro,
que me consome e me escurece os dias,
é como os beijos dados a dinheiro
numa noite de orgias.


- O amigo tem razão, padece realmente.
Contudo, a enfermidade que o devora
é o produto fatal do século de agora.
Podes curá-la, creia apenas num momento.
O tédio é uma sombria, uma fatal loucura.
É a sombra anterior da longa noite escura,
onde se esquece tudo: a sorte, a vida ousada.


Só se lembra um ser, só se lembra um nada.
Diga-me: alguma vez amou? Nunca estrugiu em seu peito,
como as ondas do mar que rugem e se encapelam
ao soturno rumor do vento e da procela?
Junto, bem junto ao seu, que de dores se junca,
bateu um coração apaixonado?


- Nunca!
- Pois então amigo, procure a agitação constante!
Vá visitar a Grécia, o Oriente, a Terra Santa.
São sítios onde tudo se evoca e se decanta
as glórias de uma idade imorredoura e eterna,
que maravilha e deslumbra a geração moderna.


- Em híbridos prazeres passei a mocidade.
Percorri viajando o mundo e a humanidade
como o judeu da lenda.
Entre as mulheres todas cujos lábios beijei
em bacanais e bodas,
mulher nenhuma eu vi sobre a terra tamanha,
que para mim  não fosse uma visão estranha.


Como parti, voltei. Sem achar lenitivo
para este mal, doutor, que assim me traz cativo.
- Frequente o circo, amigo. A figura brejeira
do famoso Arlequim que a esta cidade inteira
palmas e aclamações constantemente arranca,
talvez lhe restitua a gargalhada franca!


- Vejo agora, doutor, que o meu caso é perdido.
O truão de quem falais, o palhaço querido
que anda no Coliseu tão aclamado,
tem um riso de morte, um riso mascarado
que encobre a dor sem fim do tédio e do cansaço.
Sou eu, doutor, sou eu este palhaço!

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Será que eu já posso enlouquecer ou devo apenas sorrir?

Tantas decepções eu já vivi
Aquela foi de longe a mais cruel
Um silêncio profundo e declarei:
Só não desonre o meu nome!
(...)
Não importa se eu não sou o que você quer
Não é minha culpa a sua projeção
Aceito a apatia, se vier
Mas não desonre o meu nome..